Como aproximar mais o seu filho
Brincar,
demonstrar amor e participar de cada conquista são atos que ficarão
marcados para sempre na história de vida dos seus filhos. Depois de mais
velhos, o que brota é a gratidão e confiança incondicional nos pais em
todas as decisões que precisarão ser tomadas, além da beleza que nascerá
no futuro, entre avós e netos. Saiba como se aproximar do seu filho e
colher os frutos desse relacionamento.
Como brincar com seu filho
São tantos os programas de TV e brinquedos tecnológicos que às vezes a sensação é que não se sabe mais brincar com as crianças. Mas para mudar isso, basta deixar os carrinhos de última geração de lado, sentar no chão e colocar a mão na massa. Essa interação, de forma leve e divertida, faz com que as crianças se sintam valorizadas e permite que os pais as conheçam melhor. O resultado é um vínculo ainda mais forte.
A intimidade e a amizade são construídas aos poucos. E mais, enquanto brincam, as crianças expressam suas emoções, desenvolvem suas habilidades motoras. Estar ao lado dela brincando significa fazer parte de todo esse processo de aprendizado.
Que tal fazer carimbos recortados na batata? Tomar chuva por cinco minutinhos enquanto brinca de rodar? Construir uma mini-cidade com latas de refrigerante e caixas de papelão? Ou ainda, levar os amiguinhos do seu filho pra casa e fazer uma bela festa do pijama? Quanta coisa dá pra fazer para curtir o tempo com os filhos. Basta relaxar e aproveitar.
Abra as asas da imaginação - Ao brincar, os pais devem se deixar levar pela criatividade e imaginação dos filhos, evitando corrigi-los em suas brincadeiras, caso não haja riscos físicos, para que não se iniba a espontaneidade. "Os pais são os principais parceiros da criança. Eles podem oferecer a ela um repertório de brincadeiras que ela não conhece e também ampliar a forma de brincar. Quando os pais se propõem a fazer isso, eles ajudam no desenvolvimento da criança", afirma a pedagoga Edilene Modesto de Souza, pesquisadora auxiliar da brinquedoteca da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
Relaxe - O adulto não precisa encarar a brincadeira como o momento de ensinar alguma coisa à criança. Alguns jogos, como damas, realmente têm regras, e as crianças precisam de alguém que as mostre como jogar. Mas elas também são capazes de criar suas próprias regras: ao brincar de casinha, por exemplo, podem estabelecer que a girafa é "mãe" do cachorro e que a banheira fica na sala. Sem problema nenhum.
Além disso, toda criança tem seu próprio ritmo. Tentar acelerar a aprendizagem do filho na hora das brincadeiras pode ser prejudicial, pois faz a criança se sentir incapaz e frustrada por não conseguir responder à expectativa dos pais.
Um pouco de sujeira também é bom. Marilena Flores, da IPA, conta: "Crianças pequenas têm um vínculo muito forte com a natureza: gostam de mexer com terra, água, plantas e animais. Esse contato é bom para o desenvolvimento sensorial delas."
Ao sentar no chão para desenhar, contar histórias, pular amarelinha, andar de bicicleta ou se fantasiar de super-herói junto com os pequenos, você pode resgatar comportamentos sadios como descontração, senso de humor e flexibilidade.
Sem pré-conceitos - Sua filha quer um carrinho, seu filho quer uma boneca? Ao brincar, a criança faz projeções da sociedade em que vive, que tem tanto homens quanto mulheres. Assim como as mulheres dirigem e os homens cuidam dos filhos, a menina pode brincar de carrinho e o menino, de boneca. Segundo especialistas, isso não interfere de forma alguma na sexualidade da criança.
Se depois de muitas tentativas você ainda tiver dificuldade, é legal pedir ajuda na escola, ler livros a respeito e até mesmo conversar com um terapeuta. O mais importante é que você e seu filho consigam se divertir juntos e aproveitar cada momento para aprofundar a relação de vocês.
Como ficar mais próximo na escola?
Além de estar perto na hora da diversão, é essencial que os pais acompanhem a escolha da escola onde estudarão seus filhos, além de participar da rotina educativa. Seja na reunião de pais, no dever de casa ou no relacionamento com os professores. O pai não deve se fazer presente somente nos momentos de dificuldade, como uma nota baixa ou briga com coleguinha. É importante fazer parte do dia a dia de perto.
Segundo Brent McBride, professor de desenvolvimento humano, se o pai desenvolver uma interação afetuosa com o filho desde cedo, será natural que a criança chegue da escola e se sinta à vontade para contar como foi seu dia, compartilhando suas alegrias e frustrações. Além disso, é fundamental uma mudança de postura da escola, que deve trazer mais a figura paterna para dentro do ambiente escolar.
Quando a criança se sente apoiada, tem mais estímulo para aprender e aproveitar todas as oportunidades que a escola promove. “É no colégio que ela faz amigos, conquista seu espaço no mundo, forma a personalidade e aprende as lições dos livros e da vida”, afirma a psicopedagoga Silvia Amaral de Mello Pinto, da clínica Elipse (SP).
Participando das decisões dos filhos
É importante que os pais criem seus filhos para o mundo. Isso significa torná-los pessoas preparadas para tomar decisões por conta própria, sem esquecer os valores passados pela família. Mesmo com toda essa independência necessária, continuar participando ativamente das decisões dos filhos, mesmo já adultos, é tarefa para toda a vida de um pai.
Com as crianças, as tomadas decisões começam em pequenas coisas, como as roupas que eles irão usar. Perguntar se a criança gosta de uma roupa antes de vesti-la, deixar que seu filho dê palpites e debater com ele a possibilidade de fazer um outro tipo de combinação pode ajudá-lo a desenvolver melhor a capacidade de saber quais as peças mais adequadas para cada ocasião.
No caso de decisões finais que precisam ser tomadas pelos pais, como no que diz respeito ao consumo de algum produto, como a compra de um brinquedo, vale exercitar a conversa. A psicóloga Lais Fontinelle, do projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, em São Paulo, ensina: “Explique a ele o verdadeiro sentido das coisas e faça com que compreenda importante é o que somos, não o que temos”. Ao acompanhar e debater as decisões dos filhos desde a infância, fica natural que ao se tornarem adultos os filhos mantenham o mesmo diálogo.
Quanto antes pais e filhos estabelecerem um canal de comunicação eficiente e honesto, maior será a abertura para discutir cada situação nova que aparecer. A criança obediente de outros tempos agora já cresceu e precisa de conselhos, não mais de ordens. Para os pais que, desde o início, se preocuparam em incentivar as escolhas, não será complicada essa mudança de papel. Porém, para aqueles que sempre foram muito autoritários, a mudança pode ser difícil. Difícil, mas não impossível. E deve ser tentada.
Uma boa maneira de se manter participativo na vida dos filhos adultos é estreitar as relações com os amigos mais próximos e a família das esposas/maridos. Reunir todos semanalmente e viajar juntos ajuda a criar uma relação de amizade e cumplicidade além da relação pai e mãe.
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São tantos os programas de TV e brinquedos tecnológicos que às vezes a sensação é que não se sabe mais brincar com as crianças. Mas para mudar isso, basta deixar os carrinhos de última geração de lado, sentar no chão e colocar a mão na massa. Essa interação, de forma leve e divertida, faz com que as crianças se sintam valorizadas e permite que os pais as conheçam melhor. O resultado é um vínculo ainda mais forte.
A intimidade e a amizade são construídas aos poucos. E mais, enquanto brincam, as crianças expressam suas emoções, desenvolvem suas habilidades motoras. Estar ao lado dela brincando significa fazer parte de todo esse processo de aprendizado.
Que tal fazer carimbos recortados na batata? Tomar chuva por cinco minutinhos enquanto brinca de rodar? Construir uma mini-cidade com latas de refrigerante e caixas de papelão? Ou ainda, levar os amiguinhos do seu filho pra casa e fazer uma bela festa do pijama? Quanta coisa dá pra fazer para curtir o tempo com os filhos. Basta relaxar e aproveitar.
Abra as asas da imaginação - Ao brincar, os pais devem se deixar levar pela criatividade e imaginação dos filhos, evitando corrigi-los em suas brincadeiras, caso não haja riscos físicos, para que não se iniba a espontaneidade. "Os pais são os principais parceiros da criança. Eles podem oferecer a ela um repertório de brincadeiras que ela não conhece e também ampliar a forma de brincar. Quando os pais se propõem a fazer isso, eles ajudam no desenvolvimento da criança", afirma a pedagoga Edilene Modesto de Souza, pesquisadora auxiliar da brinquedoteca da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
Relaxe - O adulto não precisa encarar a brincadeira como o momento de ensinar alguma coisa à criança. Alguns jogos, como damas, realmente têm regras, e as crianças precisam de alguém que as mostre como jogar. Mas elas também são capazes de criar suas próprias regras: ao brincar de casinha, por exemplo, podem estabelecer que a girafa é "mãe" do cachorro e que a banheira fica na sala. Sem problema nenhum.
Além disso, toda criança tem seu próprio ritmo. Tentar acelerar a aprendizagem do filho na hora das brincadeiras pode ser prejudicial, pois faz a criança se sentir incapaz e frustrada por não conseguir responder à expectativa dos pais.
Um pouco de sujeira também é bom. Marilena Flores, da IPA, conta: "Crianças pequenas têm um vínculo muito forte com a natureza: gostam de mexer com terra, água, plantas e animais. Esse contato é bom para o desenvolvimento sensorial delas."
Ao sentar no chão para desenhar, contar histórias, pular amarelinha, andar de bicicleta ou se fantasiar de super-herói junto com os pequenos, você pode resgatar comportamentos sadios como descontração, senso de humor e flexibilidade.
Sem pré-conceitos - Sua filha quer um carrinho, seu filho quer uma boneca? Ao brincar, a criança faz projeções da sociedade em que vive, que tem tanto homens quanto mulheres. Assim como as mulheres dirigem e os homens cuidam dos filhos, a menina pode brincar de carrinho e o menino, de boneca. Segundo especialistas, isso não interfere de forma alguma na sexualidade da criança.
Se depois de muitas tentativas você ainda tiver dificuldade, é legal pedir ajuda na escola, ler livros a respeito e até mesmo conversar com um terapeuta. O mais importante é que você e seu filho consigam se divertir juntos e aproveitar cada momento para aprofundar a relação de vocês.
Como ficar mais próximo na escola?
Além de estar perto na hora da diversão, é essencial que os pais acompanhem a escolha da escola onde estudarão seus filhos, além de participar da rotina educativa. Seja na reunião de pais, no dever de casa ou no relacionamento com os professores. O pai não deve se fazer presente somente nos momentos de dificuldade, como uma nota baixa ou briga com coleguinha. É importante fazer parte do dia a dia de perto.
Segundo Brent McBride, professor de desenvolvimento humano, se o pai desenvolver uma interação afetuosa com o filho desde cedo, será natural que a criança chegue da escola e se sinta à vontade para contar como foi seu dia, compartilhando suas alegrias e frustrações. Além disso, é fundamental uma mudança de postura da escola, que deve trazer mais a figura paterna para dentro do ambiente escolar.
Quando a criança se sente apoiada, tem mais estímulo para aprender e aproveitar todas as oportunidades que a escola promove. “É no colégio que ela faz amigos, conquista seu espaço no mundo, forma a personalidade e aprende as lições dos livros e da vida”, afirma a psicopedagoga Silvia Amaral de Mello Pinto, da clínica Elipse (SP).
Participando das decisões dos filhos
É importante que os pais criem seus filhos para o mundo. Isso significa torná-los pessoas preparadas para tomar decisões por conta própria, sem esquecer os valores passados pela família. Mesmo com toda essa independência necessária, continuar participando ativamente das decisões dos filhos, mesmo já adultos, é tarefa para toda a vida de um pai.
Com as crianças, as tomadas decisões começam em pequenas coisas, como as roupas que eles irão usar. Perguntar se a criança gosta de uma roupa antes de vesti-la, deixar que seu filho dê palpites e debater com ele a possibilidade de fazer um outro tipo de combinação pode ajudá-lo a desenvolver melhor a capacidade de saber quais as peças mais adequadas para cada ocasião.
No caso de decisões finais que precisam ser tomadas pelos pais, como no que diz respeito ao consumo de algum produto, como a compra de um brinquedo, vale exercitar a conversa. A psicóloga Lais Fontinelle, do projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, em São Paulo, ensina: “Explique a ele o verdadeiro sentido das coisas e faça com que compreenda importante é o que somos, não o que temos”. Ao acompanhar e debater as decisões dos filhos desde a infância, fica natural que ao se tornarem adultos os filhos mantenham o mesmo diálogo.
Quanto antes pais e filhos estabelecerem um canal de comunicação eficiente e honesto, maior será a abertura para discutir cada situação nova que aparecer. A criança obediente de outros tempos agora já cresceu e precisa de conselhos, não mais de ordens. Para os pais que, desde o início, se preocuparam em incentivar as escolhas, não será complicada essa mudança de papel. Porém, para aqueles que sempre foram muito autoritários, a mudança pode ser difícil. Difícil, mas não impossível. E deve ser tentada.
Uma boa maneira de se manter participativo na vida dos filhos adultos é estreitar as relações com os amigos mais próximos e a família das esposas/maridos. Reunir todos semanalmente e viajar juntos ajuda a criar uma relação de amizade e cumplicidade além da relação pai e mãe.
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